Resumo:
Neste texto, o autor recupera momentos históricos importantes da memorável experiência de Paulo Freire em Angicos, em 1963, seus antecedentes e suas repercussões, até a elaboração do Programa Nacional de Alfabetização. Mostra a importância que Paulo Freire em Angicos, em 1963, seus antecedentes e suas repercussões, até a elaboração do Programa Nacional de Alfabetização. Mostra a importância que Paulo Freire dava à "politização", isto é, à formação para a cidadania, ainda hoje tão necessária, reafirmando o que ele sempre sustentou: "sou educador para ser substantivamente político". Desde o início, em seus primeiros escritos e na sua práxis político-pedagógica, Paulo Freire preconizava a necessidade da participação popular na luta contra o analfabetismo. Mas Angicos não é apenas um símbolo da luta contra o analfabetismo; é um marco em favor da universalização da educação em todos os graus, superando a visão elitista. Angicos representa um convite a um novo pacto social, em que a educação, exercida de comum acordo com os movimentos sociais e a sociedade civil, torna o Estado um instrumento de transformação social, um instrumento de libertação e, não, simplesmente, de regulação e de governança da ação social, como querem os neoliberais. O autor finaliza afirmando, neste momento particular que vive o Brasil, o significado político-pedagógico da experiência de Paulo Freire em Angicos, concluindo que a melhor homenagem que podemos prestar a ele, hoje patrono da educação brasileira, é eliminar o analfabetismo.