Resumo:
Nas últimas duas décadas do Século 20 assistimos a grandes mudanças, tanto no
campo sócio-econômico e político, quanto no campo da cultura, da ciência e da
tecnologia, mas, sobretudo, no campo da ecologia. As Conferências sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento de Estocolmo (1972) e do Rio de Janeiro (1992) foram
dois grandes marcos dessas mudanças. Vimos ainda grandes movimentos sociais, como
os que ocorreram no leste europeu, no final dos anos 80, culminando com a queda do
muro de Berlim. Não fazemos uma idéia clara ainda do que deverá representar, para
todos nós, a globalização crescente da economia, das comunicações e da cultura.
Finalmente, as transformações tecnológicas tornaram possível o surgimento da era da
informação.
É um tempo de expectativas, de perplexidade e da crise de concepções e
paradigmas não apenas porque estamos iniciando a caminhada de um novo milênio,
época de balanço e de reflexão, época em que o imaginário parece ter um peso maior. É
um momento novo e rico de possibilidades. Por isso, colados ao nosso tempo, não
podemos falar do futuro da educação em geral e da educação ambiental, em particular,
sem certa dose de cautela. É com essa cautela que eu gostaria de examinar alguns
conceitos da teoria e da prática da educação em geral e da educação ambiental e
particular, que, seguindo a tradição filosófica, chamo de categorias apoiando-me numa
Pedagogia da práxis. A perplexidade e a crise de paradigmas não podem se constituir
num álibi para o imobilismo.