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Examinamos as “Estratégias setoriais do ano 2000” do Banco Mundial. Esse
documento trabalha com a visão de “governo” (aparatos administrativos) e não com a
noção de “Estado”. A dimensão simbólica do Estado e a noção de cidadania não estão
presentes neste documento do Banco Mundial. O Estado não apenas financia, mas
constrói sentido (direitos, cidadania...). O Banco trabalha com a noção de cidadão como
sendo um cliente, um consumidor, com a noção de “liberdade de escolha”. O cidadão
precisa apenas ser bem informado para “escolher”. Por isso ele precisa saber do
“ranking” das principais escolas, as “melhores”. Esse cidadão não precisa ser
emancipado. Precisa apenas saber escolher.
Os governos devem ser eqüitativos nos gastos, segundo esse documento,
privilegiando os pobres, delegando funções aos pais. Os ricos devem pagar pelo ensino.
Filantropia para os pobres e Mercado para os ricos. De um lado os tutelados, os
necessitados e, de outro, os globalizados. Para o Banco, o Estado deve abandonar a idéia
de igualdade (socialização) para assumir a eqüidade (atenção para com as diferenças).
Considera a educação como um serviço e não como um direito. O argumento do Banco
é o de a universidade pública foi criada para os pobres, mas eles não chegam a ela. A
gratuidade indiscriminada é injusta. |
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