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Há dez anos, quando o Fórum Social Mundial lançou seu lema “outro mundo é
possível”, iniciava-se uma nova etapa do paradigma e da prática social e educativa por
uma cidadania planetária. Depois de uma década de relativa estagnação, os movimentos
sociais começavam a liderar o combate ao globalismo, a globalização neoliberal,
passando da luta de resistência contra a globalização para a luta transformadora por uma
outra globalização. Deram assim uma grande contribuição à educação para um outro
mundo possível que é uma educação para a cidadania planetária como o Instituto Paulo
Freire vem propondo.
No final de 1999 e início de 2000, depois de uma década de certa apatia política,
provocada pela queda do socialismo soviético, e diante do crescente número de
manifestações mundiais contra o modelo neoliberal – chamadas pela imprensa de
manifestações “antiglobalização” – alguns movimentos sociais e ONGs estavam
ensaiando o lançamento de um evento não só de resistência ao pensamento único
neoliberal, mas de discussão de novo projetos e propostas alternativas. Um movimento
contra-hegemônico e altermundista. Esta idéia não surgiu por acaso. Ela já vinha sendo
construída desde os anos 60, enraizada nos movimentos ecológicos, feministas,
estudantis e pelos direitos humanos, entre outros. Destaco, por exemplo, na América
Latina, a contribuição do movimento de educação popular. |
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